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Terça-feira, 14 de Janeiro de 2025

Cotidiano

A Hora Trabalhada de Negros Vale Menos que a de Brancos

Ricardo Martins
Por Ricardo Martins
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A Hora Trabalhada de Negros Vale Menos que a de Brancos
Desigualdade Racial no Mercado de Trabalho Brasileiro: Um Estudo do IBGE (© Paulo Pinto/Agência Brasil)
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Desigualdade Racial no Mercado de Trabalho Brasileiro: Um Estudo do IBGE

A desigualdade racial continua a ser uma realidade marcante no mercado de trabalho brasileiro. Um estudo recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou números que evidenciam a disparidade entre negros e brancos, com uma diferença alarmante na remuneração por hora trabalhada.

Diferença de Renda por Hora Trabalhada

Em média, os negros (pretos e pardos) recebem R$ 13,70 por hora trabalhada, enquanto os brancos ganham R$ 23. Isso significa que a hora de trabalho de um trabalhador negro vale 40% a menos que a de um trabalhador branco. Esta desigualdade reflete não apenas uma disparidade salarial, mas também a segregação estrutural no mercado de trabalho brasileiro.

Impacto da Escolaridade na Renda

Os dados também mostram que, independentemente do nível educacional, os brancos sempre recebem mais por hora trabalhada que os negros. Entre os trabalhadores com ensino superior completo, por exemplo, a diferença é de 43,2%, com os brancos recebendo R$ 40,24 por hora, enquanto os negros recebem R$ 28,11. Essa diferença se estende a todas as faixas de escolaridade, refletindo a desigualdade estrutural no país.

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Desigualdade Salarial Geral

A média salarial no Brasil é de R$ 2.979, mas para os brancos esse valor sobe para R$ 3.847, superando os negros em 69,9%. A desigualdade, embora tenha diminuído desde 2019, ainda se mantém em um patamar extremamente elevado, mostrando que a sociedade brasileira ainda enfrenta grandes desafios para alcançar a equidade racial.

Informalidade e Subutilização da Mão de Obra

Outro dado importante é a alta taxa de informalidade entre negros no mercado de trabalho. Enquanto 34,3% dos brancos ocupam posições informais, 45,8% dos negros estão em empregos sem garantia de direitos trabalhistas. Além disso, a taxa de subutilização da mão de obra entre negros é de 21,3%, contra 13,5% entre os brancos, mostrando que a população negra tem mais dificuldades de encontrar emprego adequado.

Diferença entre Homens e Mulheres

A pesquisa também revela que os homens continuam a ganhar mais que as mulheres, com uma diferença de 26,4% no rendimento médio. A disparidade também é evidente nas horas trabalhadas, com os homens recebendo R$ 18,81 por hora, enquanto as mulheres ganham R$ 16,70. Esse dado reflete uma desigualdade histórica que afeta diretamente a vida das mulheres no mercado de trabalho.

Conclusão: Caminhos para a Igualdade

Embora os dados mostrem uma leve diminuição da desigualdade racial nos últimos anos, a pesquisa do IBGE deixa claro que ainda há muito a ser feito. A população negra continua a ser marginalizada no mercado de trabalho, ocupando cargos menos remunerados e enfrentando altos índices de informalidade. A luta pela equidade racial deve continuar, com políticas públicas e ações afirmativas para garantir a inclusão plena de negros no mercado de trabalho.

FONTE/CRÉDITOS: Com informação da Agência Brasil
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