Siga-nos no Instagram
Desigualdade Racial nas Empresas de Comércio Exterior Brasileiro
A presença de trabalhadores negros e pardos nas empresas de comércio exterior no Brasil está crescendo, mas a desigualdade racial ainda é expressiva. Um estudo recente da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), revela que, embora a contratação de negros tenha aumentado, ainda existem barreiras na ocupação de cargos de liderança e nas remunerações.
Aumento nas Contratações, Mas Persistência da Desigualdade
O estudo "Comércio Exterior e Representatividade Racial no Mercado de Trabalho Brasileiro" mostra que, entre 2011 e 2021, a proporção de trabalhadores negros nas empresas exportadoras subiu de 34% para 41%, enquanto nas importadoras, esse número passou de 40% para 48%. Porém, quando analisamos as posições de liderança, os percentuais são significativamente menores. Em 2021, apenas 20% dos cargos de direção e gerência em empresas exportadoras foram ocupados por negros, comparados a 34% nas importadoras.
Diferença Salarial entre Negros e Brancos
Além da disparidade na ocupação de cargos de liderança, o estudo aponta uma discrepância nos salários. Em média, um trabalhador negro ganha 61% do salário de um empregado branco na mesma função. Para as mulheres negras, a diferença é ainda maior. Mesmo nos cargos de gerência, mulheres brancas recebem, em média, mais do que seus colegas negros, incluindo homens.
Iniciativas para Aumentar a Diversidade no Setor
Em resposta aos resultados, o vice-presidente da República e ministro do Mdic, Geraldo Alckmin, junto com a ministra da Anielle Franco, lançou o programa "Raízes Comex". O objetivo é incentivar a contratação de trabalhadores negros e pardos pelas empresas de comércio exterior. O programa promoverá a diversidade racial no setor, ampliando o alcance de produtos brasileiros no mercado internacional.
Capacitação para Jovens Negros no Comércio Exterior
Como parte das iniciativas do programa Raízes Comex, cursos de capacitação serão oferecidos a jovens negros de 15 a 29 anos. Serão duas modalidades: o curso de auxiliar em comércio exterior, realizado online, com 90 horas de duração, e o curso de assistente, presencial, com 160 horas, oferecido pelo Senac. Em ambos, as vagas serão prioritariamente para alunos negros em cidades estratégicas, como Salvador, Fortaleza e Santos.
A criação de novas oportunidades no setor de comércio exterior, como destacado pela secretária do Mdic, Tatiana Prazeres, visa não apenas promover a inclusão, mas também fortalecer a imagem do Brasil no mercado global, valorizando a diversidade e a cultura brasileira. Essas ações sinalizam um compromisso com a equidade e representam um passo importante para reduzir as desigualdades raciais no setor.
Comentários: