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Terça-feira, 11 de Fevereiro de 2025

Mulher Negra

Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha

Repórter JB
Por Repórter JB
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Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha
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Em menção ao 1º encontro de Mulheres Negras Latino Americanas e Caribenhas, realizado na República Dominicana, em 1992, o dia 25 de julho ficou marcado para homenagear a luta e a resistência das mulheres negras.  No Brasil,  a data é reconhecida  pela Lei nº12.987, que institui  como o Dia Nacional de Tereza de Benguela, homenageando um dos símbolos de resistência e liderança na luta contra a escravização.

Em busca de refletir e mudar esse cenário, coletivos e movimentos liderados por mulheres negras se unem na capacidade coletiva de construir, mobilizar e sonhar. Veja abaixo a visão de algumas executivas negras, que atuam na liderança de grandes empresas e movimentos sociais, sobre a importância e o futuro desta agenda.

A importância está em vários níveis e precisa ser lembrada sempre e não apenas um dia. Para a Luana Corrêa, gerente de comunicação e novos negócios no Rio de Janeiro da Mais Diversidade, este dia reflete a luta de mais de 40 milhões de brasileiras. “A visibilidade para este tema deveria ocorrer durante todo ano, mas são nessas datas que a mídia e as organizações costumam parar para refletir sobre os desafios que as mulheres negras ainda vivenciam. É um momento de celebração da nossa existência e resistência, mas é principalmente um momento de reflexão sobre como a sociedade pode avançar na inclusão, em garantir a segurança e no empoderamento genuíno dessas mulheres”, finaliza a executiva. 

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Segundo Jandaraci Araújo, cofundadora do Conselheira 101, o momento promove a visibilidade de mulheres negras que atuam em diversas áreas:  social, política, cultural, artística, econômica e ambiente corporativo. “Esse recorte é fundamental para entendermos quais os nossos desafios no dia a dia, trazendo para a discussão o processo de inviabilização da mulher negra. Agora é o momento de construir uma nova história, mostrar para as mais jovens que é possível conquistar o que desejam independente da raça e gênero”, diz a cofundadora. 

Luciene Rodrigues, gerente de projetos de impacto social no Mover (Movimento pela Equidade Racial), reforça, por exemplo, que a melhoria nas condições de vida das mulheres negras, latino-americanas e caribenhas requer políticas voltadas a avanços no mercado de trabalho. "Precisamos que o poder público e o privado se mobilizem para que as estruturas desiguais mudem. Uma pesquisa do Instituto Ethos mostrou que apenas 4,6% dos cargos de liderança nas 500 principais empresas do Brasil são ocupados por pessoas negras. Quando se trata das mulheres negras, essa porcentagem cai para menos de 1%. É urgente que tenhamos ações afirmativas dentro e fora das companhias", destaca.

As mulheres negras tiveram que, historicamente, lutar, resistir e unir suas dores em um grande movimento contra o sistema patriarcal e racista da sociedade. “A data representa um forte símbolo de vitória e espaços conquistados por muitas mulheres negras. Precisamos transcender essa questão da resistência com o bem viver, que é um conceito indígena e olha a perspectiva da condição humana com qualidade de vida em todos os setores. É esse futuro que precisamos trazer para o bem viver”, afirma Adriana Barbosa, CEO da PretaHub e fundadora do Festival Feira Preta.

Para Marta Celestino, pesquisadora e CEO da Ebony English, este dia é o marco de uma conquista social no combate ao racismo e ao machismo. “É um dia de resgatarmos a memória de nossos ancestrais que lutaram em solo africano para o fim do tráfico negreiro e deixaram em nosso DNA político tão ativo em nossa existência a combatividade expressa na liderança de Tereza de Benguela. É um dia onde podemos exercitar a conexão com nossa ancestralidade, que faz de nós seres políticos e dinâmicos, inconformados com a condição imposta para nosso povo pelo eurocentrismo, pelo capitalismo e pelo pensamento supremacista”, declara. 

Segundo Fernanda Ribeiro, Cofundadora e CEO da Conta Black, trata-se de um marco simbólico para dar protagonismo às gerações passadas e futuras. “Uma data como essa é um marco importante para gerar reflexão, dar luz e protagonismo  para pessoas assim como Tereza de Benguela construíram nossa sociedade. Acho importante utilizar dessa agenda para viabilizar a geração futura que está engajada com os problemas atuais do nosso país, principalmente na construção de narrativas futuras”. 

De acordo com Rachel Maia, CEO da RM Consulting, o 25 de Julho, dia também de Tereza de Benguela, é um símbolo de resistência, empoderamento feminino e protagonismo. "Essa data nos provoca um sentimento de urgência de combate ao racismo e sexismo, que a passos lentos tem avançado. Mas também marca a coletividade como um aporte para o futuro e protagonismo negro, driblando as histórias únicas que projetaram para nós, mulheres negras".

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