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Governo Lança Plano de Comunicação pela Igualdade Racial
Em uma iniciativa inédita, o governo federal lançou, na terça-feira (3), o Plano de Comunicação pela Igualdade Racial (PCIR), que tem como objetivo combater o racismo e promover a diversidade étnico-racial nas políticas de comunicação da administração pública. A ação foi apresentada pela ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e pelo ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), Paulo Pimenta.
Estrutura do Plano e Principais Objetivos
O plano foi desenvolvido a partir de 400 contribuições de movimentos sociais, especialistas, e representantes de mídias negras, que colaboraram para moldar um documento robusto e inclusivo. As propostas visam garantir uma comunicação governamental mais representativa e sensível às questões raciais. Dentre os principais objetivos do plano, destaca-se a capacitação de gestores públicos para a comunicação antirracista e a promoção da equidade nas campanhas publicitárias do governo.
A ministra Anielle Franco destacou que o plano busca “letrar a sociedade sobre o racismo” e “pensar em diversas formas de comunicar sobre a diversidade”, apontando que a comunicação é uma ferramenta essencial no combate ao preconceito. Segundo ela, a implementação do plano fortalecerá a democracia e o respeito à diversidade étnico-racial no Brasil.
Ações Prioritárias do PCIR
O Grupo de Trabalho Interministerial (GTI), formado para elaborar o plano, priorizou 19 ações estratégicas. Entre elas, a ampliação da representatividade racial nas campanhas governamentais e a criação de espaços específicos para o fortalecimento de mídias negras, que desempenham um papel crucial na luta contra o racismo e no fomento ao acesso à informação.
Laércio Portela, secretário da Secom, ressaltou que o plano será uma política permanente, com renovação anual, e envolverá todos os órgãos do governo federal, incluindo estatais e secretarias. O objetivo é tornar a promoção da igualdade racial uma constante nas práticas de comunicação pública.
Repercussões e Críticas
Embora o plano tenha sido amplamente aplaudido, a Articulação pela Mídia Negra, formada por 55 organizações de jornalistas e comunicadores, expressou críticas quanto à transparência do processo. A coordenadora Marcelle Chagas mencionou que houve a marginalização de alguns atores sociais envolvidos na luta pela igualdade racial na mídia.
Em resposta, o Ministério da Igualdade Racial garantiu que todas as contribuições foram levadas em consideração e que o processo foi conduzido de maneira transparente e responsável. O governo se compromete a continuar promovendo a participação ativa das mídias negras na implementação do plano.
O lançamento deste plano representa um marco na comunicação pública brasileira e reafirma o compromisso do governo com a igualdade racial e a promoção da diversidade étnico-cultural no país.
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