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Em 2025, o Dia Mundial da Colagem (World Collage Day) será celebrado no dia 10 de maio, com encontros marcados em diversos países. No Brasil, coletivos de várias localidades aderem ao movimento, como Recife, Belém, Brasília, Maceió e Bagé. Belo Horizonte, por sua vez, recebe a primeira edição do Cola.bora - Encontro de Colagistas BH, reunirá, no CRJ - Centro de Referência da Juventude, pessoas interessadas em compartilhar experiências, técnicas de recorte e inspirações, além de promover o momento de realizar colagem coletivamente. Para participar basta levar seu material como cola, papel, revista e tesoura, além de um lanche para ser compartilhado.
Colagem é uma técnica artística muito versátil que utiliza, basicamente, recortes e aglutinações, produzindo composições a partir de materiais que já existem. Quando se trata de colagens analógicas, apesar de existir uma predileção pela construção em papel, podem ser realizadas em diversos suportes. Já em colagens digitais, acontece a manipulação e junção de imagens formando essas composições únicas. “São fragmentos de elementos já existentes, construindo, portanto, novos mundos”, explica Lara de Paula.
Para Lara, o Cola.bora surge de uma vontade compartilhada com outras pessoas colagistas de se reunir e compartilhar conhecimentos, técnicas, aplicações e estilos”. Ela explica que o Dia Mundial da Colagem é uma comemoração que foi encabeçada pelo Kolaj Institut.
“Essa comemoração - o World College Day - reúne colagistas do mundo todo para celebrar essa prática tão universal, tão plural e tão cheia de possibilidades. O evento acontece com temáticas livres e às vezes com uma temática específica. É acima de tudo a confluência de desejos semelhantes, mas com diferentes formas de aplicar esse desejo.”
No Brasil, as redes de colagem nacionais com maior atuação são a Sociedade Brasileira de Colagem e a Rede Colagem Brasil. Essas duas articulações nacionais estão também conectadas com grupos regionais, como o Coletivo de Colagistas em Brasília e o Coletivo de Colagistas do Rio de Janeiro. Em Belo Horizonte, uma experiência de clube de colagem é coordenada por Samuel Eller, professor da UEMG - embaixador de Belo Horizonte em 2024 da Sociedade Brasileira de Colagem. No ano passado, a mobilização da Sociedade Brasileira de Colagem realizou praças de colagem coletiva em celebração ao Dia Mundial da Colagem, que ocorreu em 13 cidades espalhadas pelo país. Neste ano, participam, entre outras localidades, Belém do Pará e Rio Grande do Sul, São Paulo e Maranguape, Recife, Brasília, Maceió e Bagé. Em outros países observa-se a participação de coletivos nos Estados Unidos, Já na América Latina, Uruguai e Venezuela. “O evento Cola.bora - Encontro de Colagistas BH soma força aos movimentos regionais, nacionais e mundiais. É um convite para todas as pessoas, de todas as idades participarem. É um evento gratuito e plural”, convida.
Dia Mundial a Colagem - O Dia Mundial da Colagem é uma celebração anual e internacional da colagem, realizada no segundo sábado de maio. Iniciado pela Revista Kolaj em 2018, é um convite para que artistas e espaços de arte realizem eventos nesse dia para celebrar a colagem. O Dia Mundial da Colagem é sobre artistas que se conectam através de fronteiras, em um contexto global de entrincheiramento e separação. E o dia é sobre um meio artístico que se destaca por unir diferentes elementos para criar novas formas e novas maneiras de pensar. Ric Kasini Kadour , editor da Revista Kolaj, escreve: "Criamos o Dia Mundial da Colagem porque queríamos homenagear esta comunidade de artistas e lembrar ao mundo como pode ser um espírito de cooperação, apoio mútuo e criatividade."
O 1º Cola.bora - Encontro de Colagista BH é uma realização de Lara de Paula em conjunto com a Fortalecencia Comunicação, e recebe o apoio da Prefeitura de Belo Horizonte através da cessão do espaço do CRJ (Centro de Referência da Juventude).
SOBRE LARA DE PAULA
“A pluralidade me é bem vinda e isso me afeta, e penso que foi o que fez de mim arqueóloga e poeta” - Lara de Paula é uma mulher negra que navega e ensina a navegar nas artes plurais. É criadora do conceito arqueopoesia desenvolvido no mestrado na UFMG, que consiste em uma proposta metodológica de confluência entre os universos arqueológico e poético, buscando explorar as possibilidades de diálogo dentro e fora do ambiente acadêmico, a partir da atuação em mídias sociais e diversos suportes artísticos, destacando-se a escrita, a declamação e a colagem. “Sou uma pessoa apaixonada pela companhia, pelas possibilidades e pelo movimento. Meu fascínio pelos desdobramentos das coisas, materiais e imateriais, guiaram minhas escolhas ao longo de minha trajetória”, reflete. A lente pela qual Lara vê o mundo é muito ajustada na potência das coisas de serem além daquilo que conseguimos captar ou traduzir. A poética do cotidiano nas miudezas, como alguém cantarolando na rua a mesma música que estamos ouvindo no fone, uma joaninha pousar no ombro no ponto de ônibus, uma sacola dançando no vento e conectar-se com alguém desconhecido como crianças ficam amigas num parquinho povoam seu imaginário e fazer artístico.
Lara de Paula Passos é setelagoana, nascida em 10 de maio de 1995. Multiartista, poeta, arqueóloga, escritora, colagista. Trabalha artisticamente com videoperformance, declamação de poesia, elaboração de projetos gráficos, cursos de declamação, escrita criativa e colagens. Membra co-fundadora do LANÇA- Laboratório Amefricano de Narrativas Construtivas na Arqueologia, do coletivo Luzias de Mulheres na Arqueologia e da Rede de Arqueologia Negra (NegrArqueo). Compõe algumas coletâneas literárias, dentre elas "Escritas femininas em primeira pessoa" (Oralituras, 2020); "CAROLINAS - A nova geração de escritoras negras brasileiras" (Flup e Bazar do tempo, 2021); e "POETAS NEGRAS BRASILEIRAS - uma Antologia (Editora Cultura, 2021). Em 2021, lançou seu primeiro livro solo intitulado "Nuvilíneas" (Alecrim Edições, 2021). Com mais de 250 exemplares vendidos, o Nuvilíneas foi viabilizado pela lei Aldir Blanc. Também é autora da Graphic Novel Por Um Fio (Kitembo edições do futuro, 2021), ilustrada por Will Rez. A partir da arqueopoesia, propõe novas possibilidades de atravessamentos entre os universos arqueológicos e poéticos, e encara a escrita como uma ferramenta política de cura ancestral.
SERVIÇO:
1º Cola.bora - Encontro de Colagistas em BH
Data: 10 de maio (sábado)
Horário: de 9h30 às 12h
Local: (Arena Dênnis Barracuda) no Centro de Referência da Juventude -Rua Guaicurus, 50 - Centro
Evento gratuito - não é necessário se inscrever
Quem pode participar: todas as pessoas interessadas em colagem. Necessário levar material (cola, papel, tesoura, revistas para recorte)
Alimentação: Lanche colaborativo - importante levar lanche para partilha.
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