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Morre Wanda dos Santos, Lenda do Atletismo Brasileiro e Pioneira Olímpica

O esporte brasileiro se despede de uma de suas maiores lendas: Wanda dos Santos, a segunda brasileira negra a representar o país nos Jogos Olímpicos e a maior medalhista do Troféu Brasil de Atletismo, faleceu nesta segunda-feira (30) em São Paulo, aos 93 anos. Ela estava internada desde o dia 25 de junho por complicações da diálise e não resistiu a uma infecção sanguínea com um quadro de desidratação severa.

Um Legado De Ouros E Quebras De Recordes

O velório de Wanda dos Santos será nesta terça-feira (1º), das 10h às 14h, no Cemitério São Pedro, na Vila Alpina, Zona Leste da capital paulista. Wlamir Motta Campos, presidente do Conselho de Administração da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), a definiu como “uma lenda, faz parte da história do atletismo nacional”, um reconhecimento merecido por sua trajetória.

Wanda representou o Brasil em duas Olimpíadas: Helsinque em 1952, onde quebrou o recorde sul-americano na corrida de 80 metros com barreiras, e Roma em 1960, sendo a única mulher entre os atletas brasileiros naquela edição.

Sua coleção de medalhas em Jogos Pan-Americanos inclui quatro pódios: três de bronze (no salto em 1951, e nos 80m com barreiras em 1955 e 1963) e uma de prata (nos 80m com barreiras em 1959). No entanto, foi no Troféu Brasil de Atletismo que ela consolidou seu recorde, conquistando impressionantes 48 medalhas de ouro entre 1946 e 1966, em diversas modalidades, um feito que a eterniza como a maior medalhista da competição.

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) e o São Paulo FC, clube que Wanda defendeu, emitiram notas de pesar, ressaltando que a memória de Wanda dos Santos “permanecerá viva na história olímpica brasileira, inspirando futuras gerações de atletas”. O clube lembrou ainda que, antes de brilhar no atletismo, Wanda praticou voleibol, handebol e basquetebol, demonstrando sua versatilidade e paixão pelo esporte.