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Sexta-feira, 23 de Maio de 2025

Cultura Preta

"Papo Cannibal": artista lança videocast sobre arte periférica como potência e resistência

Daniel Lima
Por Daniel Lima
/ 156 acessos
Foto: Estúdio Paulo Cavalcante
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Para além de artista, Cannibal é ativista político-social, arte-educador e escritor, sendo uma figura pública de referência em Pernambuco e nacional, com destaques também internacionalmente. Ele por si só é comunicador local, que agora está lançando o “Papo Cannibal”, videocast com cinco episódios. Vale destacar que o videocast é um método de distribuição de vídeos pela internet que utiliza as ferramentas desenvolvidas no podcast para criar uma lista de conteúdos por meio do streaming. 

Assista e inscreva-se no canal de Cannibal no YouTube 

Conheça @canni1000 

O material audiovisual reúne entrevistas, a partir de uma conversa informal, onde 11 pessoas de diversas áreas artístico-culturais e de espaços de liderança nas periferias da Região Metropolitana do Recife (RMR) trocam ideias com o criador do projeto autoral, Marconi de Souza Santos, popularmente conhecido por Cannibal, da comunidade do Alto José do Pinho, no Recife. Esses lançamentos dos episódios do videocast também têm o objetivo de registrar histórias, preservar memórias e valorizar a identidade, assim como fortalecer a cultura periférica.

“A ideia surgiu do desejo de propor espaços de diálogos sobre arte, cultura e educação, trazendo para debate o que está sendo produzido por pessoas das próprias periferias locais. As conversas trazem memórias, vivências e exemplos de impactos de diferentes ações de arte e cultura nas comunidades”, resume Cannibal.

Ele entrevista justamente artistas autorais referências na própria comunidade: Zé Brown (cantor, compositor e arte-educador); Fabrício Nunes (cantor e compositor da banda Plugins, da Zona Oeste do Recife); Luísa Cunha (cantora e compositora da banda pernambucana Odiosa); Dani Carmesim (cantora e compositora); Caetana (cantora, compositora e musicista); Ignus (comunicadora audiovisual); Edson Fly (jornalista, ator e cofundador do núcleo de comunicação da Caranguejo Uçá, na Ilha de Deus, Recife); José Carbonel (pesquisador audiovisual, grafiteiro, arte-educador e fundador da Manguecrew); Chiquinho (ex-jogador e vice-prefeito de Olinda); Marcos Simão (da comunidade do Alto José do Pinho); Evandro Correia (também do Alto José do Pinho).

“O Papo Cannibal tem uma pegada mais informal, com outra forma de conversar sobre arte e cultura e as suas importâncias nas periferias. A partir de diversos olhares das áreas artístico-culturais, trazemos propostas para o fomento da arte, realizações de vida com projetos autorais e desafios do presente e para o futuro”, destaca.  

Todos os encontros foram realizados diretamente do estúdio de Paulo Cavalcante, profissional local que ficou à frente da captação de áudio e vídeo do “Papo Cannibal”. Também na ficha técnica estão Kyra França (produção cultural e executiva), Taísa Ateyeh (direção de arte e design) e Daniel Lima (assessoria de imprensa).

O projeto “Papo Cannibal” tem o incentivo público por meio da Lei Paulo Gustavo (LGP) - Edital de Fomento de Expressões Periféricas, via Fundarpe, Secretaria de Cultura e Governo de Pernambuco. Esta iniciativa também é um espaço para criações artísticas  coletivas e da expressão da identidade, desenvolvidas juntamente com temáticas racial, social, de gênero, política, cultural e educativa.

Figura pública

Cantor, compositor e baixista da banda Devotos desde 1988 — punk rock e hardcore autoral —, Cannibal rodou o mundo e até hoje tem conquistado espaços de protagonismo em Pernambuco e pelo Brasil afora. Para além dos shows e das premiações ao longo da carreira, entrevistas em rádios, tv’s e internet, participações em apresentações musicais, festivais, debates, mediações e eventos nas escolas, universidades e espaços culturais. Ele ainda é torcedor símbolo do Santa Cruz Futebol Clube, tendo uma relação direta com o futebol e a torcida.

Entre suas criatividades e atualidades estão o livro lançado “Música para o povo que não ouve” (2018 - editora Cepe), e o ao vivo “Trocando Ideia, Ouvindo Vinil”, às segundas-feiras, a partir das 20h, em seu perfil no Instagram. Vale destacar que o artista também é criador e vocalista da banda pernambucana Café Preto, projeto autoral de dub, reggae, ska e rock iniciado no ano de 2007, em parceria com os produtores musicais e músicos Pierre Leite, atualmente na formação, e Bruno Pedrosa, que seguiu novos rumos.

Episódios

1


Zé Brown: criador do rap repente, iniciou sua trajetória artística em 1988 na comunidade Alto José do Pinho (Recife-PE). Ele acessou a cultura hip hop como dançarino (Bboy), tendo suas influências na cultura popular. O artista da música pernambucana autoral toca pandeiro em ritmo de embolada e faz improvisos com rap.

Fabrício Nunes: cantor, compositor, músico e fundador da Plugins, banda pernambucana da Zona Oeste do Recife. Também como produtor cultural, é articulador do movimento underground local e nacional. Tem trabalhos sociais na comunidade do Totó (Recife), com a participação voluntária na ONG Cores do Amanhã. Atua desde 2017 como diretor de palco do carnaval do Recife e também é coordenador da AMP (Articulação Musical Pernambucana).

Luísa Cunha: cantora, compositora e fundadora da banda pernambucana Odiosa (2017),  autoral e independente. Paralelamente à música, atua como artista visual com seu ateliê.
 
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Zé Brow, Fabrício Nunes (Plugins) e Luísa Cunha (Odiosa)  Foto: Estúdio Paulo Cavalcante
 
 
2

Dani Carmesim: cantora e compositora pernambucana que faz um trabalho autoral, independente e alternativo desde 2011. Nesse tempo lançou dois EP’s e dois discos. Seu objetivo é utilizar a música como espaço de representatividade, estimulando a valorização da mulher negra dentro do mercado fonográfico, principalmente no segmento do rock, fazendo isso através de composições viscerais e até autobiográficas.

Caetana: primeira cantora e compositora trans a gravar um frevo no Brasil, sendo uma das recentes potências juvenis do fazer popular de Pernambuco, do coco de roda, frevo, maracatu etc. Natural do Coque (Recife), a artista dialoga com a dança, a música, a composição etc. Foi mencionada pela revista Noize (edição especial Tincoãs) e pela revista Rolling Stone, como uma das 25 vozes que olham para o futuro da música brasileira, além de ser uma das promessas em 2024 do programa “Estação Livre” (TV Cultura).
 
Dani Carmesim e Caetana no "Papo Cannibal" Foto: Estúdio Paulo Cavalcante


3

Ignus: Thalyta Tavares é comunicadora audiovisual e especialista em narrativas contemporâneas da fotografia e do audiovisual pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap). Com formação em fotografia, design gráfico e produção audiovisual, desenvolve projetos autorais e colaborativos que conectam arte, cultura e sociedade.

Edson Fly: jornalista, ator e cofundador do núcleo de comunicação da Caranguejo Uçá, na Ilha de Deus (Recife). É estudante de bacharelado em Agroecologia, além de ativista pelos direitos humanos.

José Carbonel (Manguecrew): pai de duas crianças (Giovanna Carboneli e Valentina Carboneli), com curso de Jornalismo Periférico (UFC). Ele também é realizador audiovisual pernambucano, grafiteiro, pesquisador, cineasta, arte-educador e apresentador do Leilão em Chamas.
 
Ignus, Edson Fly (Caranguejo Uçá) e José Carbonel (Manguecrew)
Foto: Estúdio Paulo Cavalcante

 
4

Chiquinho: atual vice-prefeito de Olinda, onde já foi secretário de esportes. Ex-jogador de futebol, iniciou sua trajetória profissional no Sport Club do Recife, na década de 90. Também atuou em clubes como Vitória/BA, Fortaleza/CE, Botafogo e Vasco, e pelo exterior, sendo convocado em 1996 para a Seleção Brasileira profissional pelo ex-técnico Zagallo (em memória - 1931-2024).
 
Chiquinho é entrevistado no "Papo Cannibal"  Foto: Estúdio Paulo Cavalcante


5

Marcos Simão: idoso negro de 69 anos de idade e empreendedor há décadas. Possui um projeto sistemático de valorização das memórias e histórias do Alto José do Pinho, onde nasceu e vive até hoje. Há mais de 40 anos, coleciona bens que, segundo ele, têm um valor histórico para a cidade do Recife e para o Estado de Pernambuco. Atualmente, dispõe de uma coleção de recortes de jornal e livros produzidos por ele ao longo dos anos sobre a “reminiscência do bairro”.

Evandro Correia: tem seus 75 anos de idade, todos vividos no Alto José do Pinho. Ao longo da vida, recebeu influências de grandes nomes no bairro, como Sr. Viu (guarda), e a sua mãe (irmã Denise). Ele foi presidente do clube de jovens, do programa “Meu bairro é o maior” e da equipe de futebol do bairro. Também é advogado, formado pela Faculdade de Direito do Recife.
 
Marcos Simão e Evandro Correia, assim como Cannibal, são do Alto José do Pinho (Recife)
Foto: Estúdio Paulo Cavalcante
 


“Papo Cannibal” - ficha técnica

Idealizador, entrevistador e produtor artístico: Cannibal Santos @canni1000

Participações: Zé Brown, Fabrício Nunes @pluginsoficial e Luísa Cunha @_luisacunha @odiosaoficial (episódio 1); Dani Carmesim @danicarmesimoficial e Caetana @umacaetana (episódio 2); Ignus @ignnus @ignusph, Edson Fly @edsobcruzflay @caranguejo_uca e José Carbonel @manguecrew_oficial @leilaoemchamas_oficial (episódio 3); Chiquinho @chiquinhope (episódio 4); Marco Simão e Evandro Correia (episódio 5)

Produção cultural e executiva: Kyra França @kira.francatacahashi

Direção de arte e design: Taísa Ateyeh @taisaateyeh

Captação de áudio e vídeo: estúdio Paulo Cavalcante @estudiopaulocavalcante

Assessoria de imprensa: Daniel Lima @daniel_sal94

Fotos dos cartazes: Renato V F Filho @renatofilhorf

Incentivo: Lei Paulo Gustavo (LGP) - Edital de Fomento de Expressões Periféricas, via Fundarpe, Secretaria de Cultura e Governo de Pernambuco
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Daniel Lima

Publicado por:

Daniel Lima

Comunicador social & jornalista. De Caruaru/PE, criado no Recife. Atua com assessoria de imprensa artístico-cultural e atualmente é assessor de imprensa/mídias sociais do Coco Raízes de Arcoverde/PE.

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