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Unicamp forma primeira turma de medicina com cotas raciais
Em dezembro de 2024, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) alcançou um marco histórico ao formar sua primeira turma de medicina composta por estudantes ingressantes via cotas raciais. A iniciativa, implementada em 2019, reforça a busca por uma educação mais inclusiva e igualitária.
O impacto das cotas no curso de medicina
A presença de cotistas no curso simboliza uma transformação em uma área tradicionalmente elitizada. Durante a colação de grau, os formandos destacaram a relevância da diversidade, ressaltando o impacto da representatividade tanto no ambiente acadêmico quanto no Sistema Único de Saúde (SUS).
O coletivo Quilombo Ubuntu, criado para apoiar estudantes negros, foi fundamental no enfrentamento de desafios e no fortalecimento da comunidade. Alunos relataram as dificuldades enfrentadas, como o preconceito, e o papel das políticas de permanência no sucesso dessa jornada.
Avanços e desafios no ambiente acadêmico
De acordo com a médica Mirella Menaque da Paz, integrante da turma, a presença de estudantes negros causou resistência inicial, com questionamentos sobre a qualidade do curso. No entanto, o desempenho acadêmico e a formação de redes de apoio reforçaram a importância dessa inclusão.
Por outro lado, o professor Erich Vinicius de Paula, diretor da Faculdade de Ciências Médicas, enfatiza que a transformação é contínua e exige esforços coletivos. A campanha “A diversidade é nossa força” busca consolidar o ambiente inclusivo na instituição.
Um novo olhar para o SUS
Estudantes e egressos destacam a necessidade de mudanças estruturais na medicina brasileira. Isso inclui a revisão curricular para abordar questões raciais e promover um sistema de saúde mais inclusivo e humanizado. O desafio é integrar a diversidade ao cuidado com a população.
Esse avanço é um passo importante na construção de um país mais justo e representativo, onde as conquistas individuais também refletem atos de resistência coletiva.
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