Pernambuco ganha o primeiro álbum autoral de handpan, instrumento de percussão no formato de um disco voador, feito de aço e tocado com as mãos. O som é justamente produzido pela vibração do metal, sem a necessidade de cordas, baquetas ou eletricidade. Com produção musical assinada por RØGÈR e Miguel Gustavo, a obra instrumental tem dez músicas e já está disponível nas plataformas digitais (OUÇA). As composições são da autoria do artista e músico Miguel Gustavo, sendo três delas em parceria.
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O nome do álbum é "All I See Is All There Is" ("Tudo o que vejo é tudo há" - em tradução livre). "O que temos em 'All I See Is All There Is' é o resultado do amor pela música e da vontade de fazer algo novo e diferente", simplifica o pernambucano RØGÈR.
Na atuação autoral, RØGÈR já chegou ao Prêmio da Música Brasileira, no Rio de Janeiro, com a banda afropernambucana Abulidu, sendo o guitarrista do grupo. O fato aconteceu em 2024, concorrendo à premiação "Música Urbana", ao lado das bandas Àttooxxá (BA) e Natiruts (DF).
Além de atuar como produtor musical e guitarrista, RØGÈR é produtor fonográfico, professor e compositor. Ainda por cima, é pesquisador de timbres, contribuindo com arranjos e composições nas gravações. Com atuações de destaque na Abulidu, ganhou mais espaço na cena autoral. Inclusive, ele alcançou uma apresentação no Marco Zero (Recife Antigo), onde subiu ao palco como músico da banda que acompanhou a artista Louise França no show "Recife - Cidade do Mangue", exatamente na abertura do Carnaval do Recife, em 2024, em homenagem a Lia de Itamaracá e Chico Science.
A vivência artística com o produtor musical RØGÈR fez o compositor Miguel Gustavo ampliar o olhar e fortalecer a ideia do lançamento inédito do álbum de handpan no estado. O disco reúne a participação de musicistas e instrumentistas de Pernambuco: Emerson Vieira (flauta transversal), Gabriel David (violoncelo), Márcio Alencar (contrabaixo acústico), Marco Melo (guitarra) e Paola Melo (violino). Além de Paola, a artista Raissa Maria é presença feminina na equipe técnica, assinando a capa e a arte visual.
"Sempre imaginei ter outras pessoas me ajudando a dar vida às melodias e ritmos. Foi a partir de RØGÈR (Rogério A. Martins, que, além de produtor musical, é produtor fonográfico e guitarrista da banda pernambucana Abulidu), que definimos os instrumentos de cada música e em seguida fomos chamar instrumentistas para a gravação. RØGÈR foi fundamental pelo seu apoio, a assistência na produção e na organização das sessões de gravação. As faixas também ganharam muito com a contribuição de outros músicos", conta Miguel.
As músicas trazem os seguintes títulos: “Irregularities”; “All I See...” (Miguel Gustavo & Marco Melo); “Sumosi”; “Three Movements”; “Breathe” (Miguel Gustavo & Gabriel David); “Salsa #2” (Miguel Gustavo & Márcio Alencar); “Modulations”; “Less Can Be More”; “YUZ”; “Minuetto”, nessa sequência. Ao todo, o disco tem quase 40 minutos de duração. Além de usar três handpans na gravação, Miguel toca todas as percussões no álbum.
"Desde o início, tínhamos a certeza de que este não seria um álbum de música para meditação, que é a associação que imediatamente vem à mente quando ouvimos a palavra handpan, mas sim um álbum de música para apreciação. Este álbum compartilha justamente músicas que são as mais diferentes possíveis entre si, seja em termos rítmicos, melódicos e até nas técnicas utilizadas para extrair a sonoridade do handpan. Enquanto artista, as músicas, o instrumento escolhido em cada uma delas e os detalhes da produção e mixagem dialogam diretamente com as influências musicais anteriores e posteriores ao handpan na carreira artístico-cultural", destaca Miguel Gustavo, natural de Olinda/PE.
Marco Melo, Gabriel David, Paola Melo, Emerson Vieira, Miguel Gustavo e RØGÈR
Foto: Divulgação
Todas as gravações do disco ocorreram no Estúdio Carranca (Recife/PE), de fevereiro a junho de 2025. Já a captação de áudio dos instrumentos, a mixagem e a masterização foram realizadas por Marco Melo. Adriano Duprat captou o áudio dos handpans, exceto o da faixa-título. Os dois são pernambucanos.
Na internet, Miguel Gustavo (53 anos de idade) tem o perfil MGHANDPAN desde 2022, onde ele publica conteúdos sobre o instrumento, as músicas e a arte em geral. Ele conheceu o instrumento handpan em 2013. Quase dez anos depois, adquiriu o instrumento (exatamente no ano de 2022). Na sequência, vivenciou os dois primeiros Handpan Brasil Festival (2023 e 2024), ambos em Atibaia/SP. Inclusive, tocou na primeira noite da edição de 2024 no _open mic_. Também em 2024, esteve no SAMPAN Handpan & World Music Fest, em Mairiporã/SP. Todos esses festivais reuniram handpanistas nacionais e internacionais, gerando consequentemente oportunidades de troca de conhecimento. Baterista autodidata desde a adolescência, o artista considera que sua base de bateria acelerou o aprendizado do handpan. Desde então, ele conseguiu criar e desenvolver ideias simples e ao mesmo tempo diferentes do padrão da “música para meditação".
Ficha técnica
Composições, handpans e percussão: Miguel Gustavo
Produção musical: RØGÈR & Miguel Gustavo
Capa e arte: Raissa Maria
Captação/gravação de áudio dos instrumentos, mixagem e masterização: Marco Melo
Captação de áudio/gravação dos handpans: Adriano Duprat
Musicistas e instrumentistas: Emerson Vieira (flauta transversal), Gabriel David (violoncelo e composição “Breathe”), Márcio Alencar (contrabaixo acústico e composição “Salsa #2”), Marco Melo (guitarra e composição “All I See...”), Miguel Gustavo (handpans e percussão) e Paola Melo (violino)
Local de gravação: Estúdio Carranca (Recife/PE)
Faixa a faixa
1. Irregularities (02:57)
2. All I See... (06:32)
3. Sumosi (03:29)
4. Three Movements (04:01)
5. Breathe (05:27)
6. Salsa #2 (01:03)
7. Modulations (04:03)
8. Less Can Be More (04:12)
9. YUZ (04:11)
10. Minuetto (01:50)