Jadson Vale, popularmente conhecido como Bactéria ou Bac, fez 50 anos de idade, agora no mês de setembro (no dia 15). Do município de Jaboatão dos Guararapes/PE, ou melhor, do bairro de Barra de Jangada, o maestro, produtor musical e artista Bac é referência do movimento manguebeat, além de compositor, arranjador e multi-instrumentista. Memória viva, ele também contribui com a história de mais de 40 anos da banda autoral pernambucana Mundo Livre S/A, de Candeias (Jaboatão dos Guararapes), onde atuou como tecladista e guitarrista desde o primeiro disco. Além de teclado, guitarra e piano, Bac toca violão, contrabaixo etc.
Foram 16 anos no grupo Mundo Livre S/A, de 1992 a 2008. Com ele na formação inicial do grupo também estava o pernambucano Otto, percussionista da MLSA até 1998. Ambos estão no lançamento do “Samba Esquema Noise” (1994), primeiro disco da banda, durante o surgimento do movimento manguebeat, e “Guentando a Ôia” (1996), que vem logo na sequência. Essas memórias são contadas e registradas na biografia “Mundo Livre S/A 4.0 – do Punk ao Mangue”, lançada em 2025 pelo escritor, jornalista e quadrinista carioca Pedro de Luna, que tem mais obras escritas, como o livro sobre a banda Planet Hemp. MLSA nasceu no ano de 1984, a partir dos três irmãos Montenegro: Fred Zero Quatro (guitarra e cavaquinho), Fábio “Goró” (baixo) e Xef Tony (bateria)
Assim que decidiu seguir novos rumos, em 2008, Bactéria ampliou a parceria com Otto, natural de Belo Jardim (cidade do Agreste), assumindo os teclados da Jambro Band, banda que acompanha o cantor e compositor. Eles permaneceram juntos nas apresentações ao vivo até 2020. Ou seja, 12 anos celebrando nos palcos, nos estúdios e na vida.
Por falar em manguebeat, formou também com Gilmar Bolla 8, co-criador do movimento e fundador da Chico Science & Nação Zumbi, tendo atuado como percussionista do grupo. Juntamente com Gilmar, Bactéria lançou a Combo X, banda pernambucana autoral, em 2012, assinando a direção musical e os teclados. Ficou até o ano de 2023, quando decidiu focar na carreira de produtor musical. Também em 2012, ele lançou a RozenBac, projeto com o compositor e agitador cultural pernambucano André Rosemberg (Rozen).
Vale lembrar também que como tecladista integrou a banda local de reggae autoral N’Zambi (do bairro da Várzea - Recife), de 2020 a 2025. Em 2024, subiu ao palco com o contrabaixo para tocar na estreia do show solo do arcoverdense Clayton Barros, compositor, violonista e fundador do Cordel do Fogo Encantado, que naquele ano apresentou “Primitivo Atemporal” em Arcoverde, no Sertão de Pernambuco.
A partir de arranjos autorais, Bac criou a própria identidade artística com uma sonoridade original. Mais importante ainda é que está em continuidade, o que faz acreditar na existência enquanto pessoa e profissional, sendo um operário da música. Além das conquistas como músico, Bactéria é destaque até hoje na produção musical, sobretudo de discos, EPs, álbuns e trilhas sonoras em geral.
Na direção musical, reúne uma diversidade de lançamentos com bandas e artistas do estado: Combo X (discos “A Ponte” - 2013, esse com quatro indicações ao Grammy Latino, e “Meu Brinquedo” - 2019, em parceria com o produtor musical Eduardo Bidlovski, o BiD); N’Zambi (“Frevo Reggado” - EP de 2024, também com produção de Deco do Trombone); Galo de Souza (“O Invisível Notável” - disco de 2023); RozenBac (“RozenBac” - 2013 e “Passatempo” - 2021, ambos discos); Gangga Barreto (“Esperançar” - disco de 2021), que é percussionista de Lia de Itamaracá; Bonsucesso Samba Clube (“Praia dos Milagres” - EP de 2023 e “Sambas de Erasto” - disco de 2021); Viola Luz (“Uirá” - uma música de 2024). Além do mais, trabalhou na produção musical de outros artistas do Nordeste, como o cearense Gero Camilo, no álbum “Megatamainho”, em 2014.
Composição
Bactéria também é compositor. Inclusive, assina em parceria com o arcoverdense Lirinha, cantor, compositor e fundador do Cordel do Fogo Encantado, e Junio Barreto (cantor e compositor de Caruaru, no Agreste), a composição “Estratosférica”, gravada por Gal Costa no ano de 2013 (disco “Estratosférica”). A música foi regravada pela artista no ano de 2015, na versão ao vivo do álbum.
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