Chama Elas é uma ação afirmativa que celebra a cultura hip hop realizada pelas próprias mulheres e artistas negras, indígenas, periféricas e LGBTQIAPN+ do Estado de Pernambuco. O encontro acontece neste sábado (27 de setembro), a partir das 13h, na comunidade da Vila Santa Luzia, no bairro da Torre (Zona Oeste do Recife), exatamente no Cepas (Centro de Educação Popular e Assistência Social de Pernambuco), sendo a entrada pela rua Jornalista Luiz Teixeira. A programação é gratuita e traz como atividades shows de rap feminino; batalha de rima; roda de diálogo; intervenção e oficina de grafitti; performance de breaking; capoeira; discotecagem das Dj’s; feirinha de arte e brechó solidário.
O encontro tem a realização da Chama Elas Produções, com o apoio da Frente Nacional de Mulheres no Hip Hop PE (FNMH2PE), Batalha da Escadaria (Recife), SOS Corpo – Instituto Feminista para a Democracia (Recife), Cepas (PE), Associação Metropolitana de Hip Hop (H2PE), Secretaria de Inovação Urbana (da Prefeitura do Recife) e Gestos - Soropositividade, Comunicação e Gênero (Recife). Além do mais está com incentivo público, sendo contemplado pelo financiamento do edital da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) por meio do Ministério da Cultura e Governo Federal, e no Estado pelo Governo de Pernambuco, Fundarpe e Secretaria de Cultura (Secult-PE).
Chama Elas é uma criação da artista e rapper pernambucana autoral Fabidonas, juntamente com a coletividade de outras artistas. Além de cantora e compositora, também é poeta, arte-educadora popular, produtora cultural, graduanda em serviço social e jurada da Batalha da Escadaria, Patrimônio Cultural Imaterial da cidade do Recife. Atualmente faz articulação pela Frente Nacional de Mulheres no Hip Hop (FNMH2BR). Reconhecida como uma das primeiras mulheres da cultura hip hop em Pernambuco e também referência do rap, ela tem diversas atuações nas periferias, articulando pessoas de todas as idades na cena da cultura urbana, pautadas pela educação, arte e luta por direitos.
“A programação une arte, formação e empoderamento feminino, fortalecendo a presença das mulheres periféricas, a raça e a diversidade de gênero na cultura hip hop. A gente também celebra a ocupação de território dentro da comunidade, a resistência cultural e a valorização de artistas locais, reforçando a transformação social a partir do hip hop e das atividades artístico-culturais. É o encontro da arte com a luta, da periferia com o protagonismo e da cultura hip hop com as vozes potentes de mulheres negras, indígenas, periféricas e pessoas LGBTQIAPN+”, destaca Fabidonas.
A ideia do Chama Elas nasce da necessidade de ampliar a visibilidade, voz e identidade das mulheres e da diversidade de gênero na periferia, criando lugares de expressão, escuta e pertencimento. Surge também como uma pauta de afirmação e resistência, valorizando o protagonismo feminino por meio da cultura hip hop. Ao mesmo tempo, é um lugar de formação, diálogo e enfrentamento às violências de gênero dentro da comunidade de Santa Luzia.
“Mais do que uma agenda cultural, trata-se de uma ação afirmativa, de luta política pelas desigualdades e de autoestima da periferia, das artistas e mulheres de uma maneira geral. Realizar esse encontro dentro da comunidade é essencial porque é onde a transformação social começa. Com a rima, o graffiti, o diálogo e o som que vem das ruas, esta iniciativa faz a comunidade se reconhecer e celebrar quem transforma a realidade todos os dias com coragem, criatividade e consciência”, declara Fabidonas.
A apresentação é feita por Nanny Nagô, que atua como mestra de cerimônia. Ela reforça que a celebração Chama Elas é um grito coletivo e uma ocupação simbólica e concreta dos espaços de fala e representativos. O encontro é construído com e para elas, fortalecendo laços e estimulando a organização popular com base na arte.
“Escolher esse território é uma decisão política e simbólica, até porque levar arte, diálogo e cultura para o centro das periferias é reconhecer que esses espaços são de criação, resistência e potência social. A realização dentro da comunidade não é apenas uma ação cultural, é um gesto de reparação histórica e visibilidade. É garantir que mulheres negras, indígenas, periféricas, trans e não binárias tenham acesso, voz e destaque onde vivem, sem precisar sair de seus territórios para serem ouvidas. A presença da cultura hip hop nesse cenário reforça o poder transformador da arte como mobilização e construção de futuros mais justos e igualitários”, afirma Nanny Nagô.
Vale reforçar que a maioria absoluta das pessoas envolvidas é de Pernambuco, sobretudo da Região Metropolitana do Recife (RMR), além de trazer artistas do interior do estado - Caruaru (Agreste) e Arcoverde (Sertão). Chama Elas também é um espaço de criação artística coletiva e de expressão da identidade, onde as habilidades criativas são desenvolvidas a partir das temáticas racial, social, de gênero, política, cultural e educativa.
Confira os detalhes de cada atividade - todas gratuitas
Roda de diálogo
Como temas da conversa estão “Violência contra a mulher no hip hop e arte como resistência feminina”; “Justiça reprodutiva”; “Saúde sexual e prevenção combinada ao HIV/Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis". A mediação é feita por Najdathy Andrade, do Cores do Amanhã (ONG, no bairro do Totó, Recife), com contribuição das facilitadoras Dani (S.O.S Corpo), Bernadete Alves (pedagoga e historiadora - Cepas), Mariana Oliveira (rapper), Débora Aguiar (mãe antiproibicionista), além do GT de Ativismo Jovem (Gestos).
Intervenção de graffiti
Para destacar a arte de rua como forma de ocupação e pertencimento local, ocorre a ação ao vivo de pintura em muros do território, com as grafiteiras Naara e Edgleice Barbosa.
Oficina de graffiti
A vivência formativa — facilitada pela grafiteira e educadora Nathê Ferreira, que representa o projeto “Colorindo Recife” — é realizada em parceria com a Secretaria de Inovação Urbana. Nos dias 25, 26 e 27 de setembro (quinta a sábado), a comunidade da Vila Santa Luzia recebe a ação de arte urbana com a oficina de graffiti, que acontece no espaço Cepas. A atividade é exclusiva para 20 mulheres periféricas. Essa atividade proporciona o acesso à cultura, arte de rua e fortalecimento de mulheres no território. O encontro destaca a valorização da expressão artística feminina nas periferias, ampliando redes e vozes que colorem a cidade.
Performance de breaking
A pauta é justamente sobre a dança como corpo político e expressão periférica, trazendo um coletivo de mulheres de Caruaru — Mulheriu Gang Crew (com as dançarinas de breaking Vênus e Caracol) — e a dançarina nordestina San Karolayne. Este espaço de expressão corporal e empoderamento por meio da dança incentiva juventudes periféricas.
Batalha de rima
Pela edição da Frente Nacional de Mulheres no Hip Hop, ocorre a realização da classificatória para a seletiva do duelo estadual de Mc’s (PE), com o apoio da Batalha da Escadaria. Com a palavra como ferramenta de identidade e resistência, a batalha é entre mulheres e pessoas LGBTQIAPN+. São duas vagas classificatórias para o estadual, premiação em dinheiro para a 1ª e 2ª colocadas, pela Chama Elas Produções, e brindes surpresa. A batalha é mais do que uma disputa de rima, é resistência, arte e representatividade, sendo também um espaço de voz seguro, potente e de visibilidade.
Shows de rap
As apresentações musicais são autorais, reunindo artistas mulheres da cena local e do interior do estado entre as atrações de representatividade de palco. N.I.X. Maxine (Arcoverde), Mc Lety, Cosmus e Rap de Afoitas estão na programação de shows, além de Mc’s convidadas como participação especial: Majesgabi, Mariana Oliveira, Juana e Treice Barbosa.
Discotecagem das Dj’s
Entre elas está Dj Renna, que atua no som a partir da sua curadoria de bases musicais da cena hip hop. O espaço também fica aberto para a discotecagem de outras artistas.
Capoeira
Como expressão da ancestralidade, do corpo e da resistência comunitária, traz a união da dança, música e esporte afro-brasileiro para a programação no Cepas.
Feirinha de arte e brechó solidário
Entre os produtos da feira artística estão zines, acessórios, quadros, roupas e outros itens criativos produzidos por artistas da cultura hip hop local. Já o brechó solidário, do Cepas, tem peças acessíveis, consumo consciente e solidariedade no território.
CHAMA ELAS
Data: 27 de setembro de 2025 (sábado)
Local: rua Souza Bandeira, quadra L1 - comunidade da Vila Santa Luzia, no bairro da Torre (Zona Oeste do Recife), exatamente no Cepas (Centro de Educação Popular e Assistência Social de Pernambuco) - entrada pela rua Jornalista Luiz Teixeira
Horário: a partir das 13h
Programação: shows de rap feminino; batalha de rima; roda de diálogo; intervenção e oficina de grafitti; performance de breaking; capoeira; discotecagem de Dj’s; feirinha de arte e brechó solidário
Gratuito
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA
27/09 (sábado)
Roda de diálogo
Temas: “Violência contra a mulher no Hip Hop e arte como resistência feminista”; “Justiça reprodutiva”; Saúde sexual e prevenção combinada ao HIV/AIDSe outras infecções sexualmente transmissíveis.
Mediação: Najdathy Andrade (Cores do Amanhã - Organização não governamental)
Facilitadoras: Dani (S.O.S Corpo), Bernadete Alves (pedagoga e historiadora - Cepas), Mariana Oliveira (rapper), Débora Aguiar (mãe antiproibicionista) e GT de Ativismo Jovem (Gestos).
Intervenção de graffiti
Grafiteiras convidadas: Naara e Edgleice Barbosa
Oficina de graffiti
Graffiteira educadora:Nathê Ferreira
Parceria: Secretaria de Inovação Urbana
Performance de breaking
Mulheriu Crew (Vênus & B-Girl Caracol – Caruaru)
B-Girl San Karolayne
Batalha de rima – Seletiva para o Duelo Estadual de Mc’s (PE) em parceria com a Batalha da Escadaria
Edição: Frente Nacional de Mulheres no Hip Hop PE (FNMH2PE) - Batalha com mulheres e pessoas LGBTQIAPN+
2 vagas classificatórias para o Duelo Estadual de MC’s (PE)
Premiação em dinheiro para 1º e 2º lugar – (Chama Elas Produções)
Brindes surpresa
Shows de rap
Apresentações de mulheres da cena local e interior: N.I.X Maxine (Arcoverde), Mc Lety, Cosmus e Rap de Afoitas
Mc’s convidadas (participação especial): Majesgabi, Mariana Oliveira, Juana e Treice Barbosa.
Discotecagem
Dj Renna
Capoeira
Roda é realizada no Cepas
Feirinha de arte & brechó solidário
Produtos: zines, acessórios, quadros, roupas e outros itens criativos produzidos por artistas da cultura hip hop local.
Brechó solidário no Cepas: peças acessíveis, consumo consciente e solidariedade no território.
Realização
Chama Elas Produções
Criação
Fabidonas
Apresentação/mestra de cerimônia
Nanny Nagô
Apoio
Frente Nacional de Mulheres no Hip Hop PE (FNMH2PE); Batalha da Escadaria (Recife); SOS Corpo – Instituto Feminista para a Democracia (Recife); Cepas (PE); Associação Metropolitana de Hip Hop (H2PE); Secretaria de Inovação Urbana (da Prefeitura do Recife); Gestos - Soropositividade, Comunicação e Gênero (Recife).
Incentivo público
Financiamento do edital da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) por meio do Ministério da Cultura e Governo Federal, e no Estado pelo Governo de Pernambuco, Fundarpe e Secretaria de Cultura (Secult-PE).
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