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Sábado, 15 de Novembro 2025

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Respeito em rede: jovens do Weda participam de roda de conversa sobre bullying e cyberbullying

Respeito em rede: jovens do Weda participam de roda de conversa sobre bullying e cyberbullying
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O projeto Cultura na Faixa realizará, no dia 17 de novembro de 2025, segunda-feira, às 14h, a atividade “Respeito em rede. Uma conversa necessária sobre bullying e cyberbullying”, voltada aos educandos do território do Weda, em Itaguaí (RJ). A ação tem como objetivo ampliar a conscientização sobre as diferentes formas de violência escolar e digital, fortalecendo uma cultura de empatia e respeito entre crianças e adolescentes.

A roda será conduzida pela psicopedagoga Nilmara Coimbra Juvenal, mulher negra, pedagoga e integrante da equipe técnica da Secretaria de Assistência Social de Itaguaí, com atuação em abrigos infantil e infantojuvenil. Nilmara também colaborou com a Secretaria de Educação e Cultura do município, participando da implantação e manutenção de equipamentos culturais da cidade.

O encontro pretende munir os participantes de ferramentas seguras e eficazes para identificar, intervir e buscar ajuda em situações de bullying e cyberbullying, transformando-os em agentes de uma cultura de acolhimento. Geraldo Bastos, gerente de Recursos Humanos e Mobilização Social do projeto, afirma que a proposta é que “esses jovens reconheçam o impacto de suas palavras e atitudes, dentro e fora das redes, e compreendam o poder do respeito como ferramenta de transformação coletiva”.

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O debate ganha relevância diante do aumento dos casos registrados no país. De acordo com o boletim técnico do Ministério da Educação, em 2024 foram contabilizadas 2.935 ocorrências de bullying e cyberbullying entre vítimas de 0 a 19 anos, sendo 15,7% classificadas exclusivamente como cyberbullying. Pesquisas apontam que 13% dos adolescentes entre 13 e 17 anos já foram vítimas diretas de agressões digitais, um fenômeno que afeta especialmente meninas e alunos da rede pública.

O cyberbullying envolve práticas como insultos, exposição de informações privadas e ameaças virtuais, frequentemente associadas à disseminação de conteúdos falsos e humilhações em redes sociais. O impacto psicológico é potencializado pela permanência das mensagens na internet e pelo isolamento que as vítimas sofrem. Desde 2024, o Brasil tipifica o cyberbullying como crime no Código Penal, aumentando a responsabilidade de escolas e instituições no combate à violência digital.

No Jardim Weda, território atendido pelo Cultura na Faixa, o debate sobre o tema se torna ainda mais urgente por refletir desigualdades históricas. Um levantamento realizado pelo próprio projeto mostrou que 87% dos jovens participantes se autodeclaram negros, sendo 55% pardos e 32% pretos. Estudos nacionais indicam que adolescentes negros estão entre os mais expostos a episódios de bullying e violência simbólica — tanto por questões raciais quanto pelo contexto social em que vivem. A combinação entre vulnerabilidade econômica, racismo estrutural e falta de suporte psicológico amplia o risco de exclusão, inclusive no ambiente digital.

Além disso, 67% dos inscritos no projeto são meninas, o que reforça outro ponto de atenção: a maior incidência de cyberbullying entre jovens do sexo feminino, segundo levantamentos do Ministério da Educação. No Weda, a maioria vive há mais de cinco anos no bairro, uma região marcada pela ausência de equipamentos públicos e de espaços seguros de convivência, o que torna o projeto um espaço essencial de diálogo, acolhimento e formação cidadã.

Para Walter Mesquita, gerente de projeto do Cultura na Faixa, a ação reforça o compromisso da iniciativa com o fortalecimento comunitário. “O Weda é um território de resistência. Promover debates como esse é abrir espaço para que jovens possam se reconhecer como sujeitos de direitos, com voz ativa na construção de relações mais humanas e seguras”, afirma.

O Cultura na Faixa é um projeto da ONG Se Essa Rua Fosse Minha (SER), realizado por meio de convênio com a Transpetro, e oferece oficinas culturais no Jardim Weda desde outubro de 2024. As atividades incluem circo social, trança afro, futebol e folia de reis, e têm como missão promover arte, cultura e cidadania em territórios populares de Itaguaí e Nova Iguaçu.

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Flávia Ferreira

Publicado por:

Flávia Ferreira

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