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Sábado, 27 de Setembro 2025

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Sorrisos de Vítor da Trindade e Elis Trindade iluminam Espaço O Poste, no centro do Recife

Sorrisos de Vítor da Trindade e Elis Trindade iluminam Espaço O Poste, no centro do Recife
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Celebração, reflexões e sorrisos! O Poste Soluções Luminosas recebeu Vítor da Trindade, compositor, educador social, escritor, percussionista e professor de culturas afro-brasileiras. O artista de 68 anos de idade (natural de Duque de Caxias/RJ, na Baixada Fluminense, Região Metropolitana do Rio de Janeiro) entrou em cena como atração da programação do mês de julho da Ocupação Espaço O Poste 2025,  realizando duas atividades artístico-culturais. Ambos os encontros foram no Espaço O Poste (Rua do Riachuelo, nº 641 – bairro da Boa Vista – centro do Recife/PE).

Elis Trindade e Vítor da Trindade em show no Espaço O Poste (julho de 2025)
Foto: Dudu Silva



Na sexta-feira (18/07), ele facilitou a gira de diálogo sobre os ritmos dos orixás e a influência dos mesmos na música brasileira, com classificação livre. A roda de conversa fortaleceu a pauta da ancestralidade, sobretudo porque o artista autoral tem vivências como ogan do Ilê Axé Jagun há mais de 35 anos. Já no sábado (19/07) aconteceu o show “A Vela Branca de Oxalá”, às 19h, com Vítor da Trindade ao lado da dançarina Elis Trindade, convidada da performance. 

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Vítor da Trindade, que atualmente mora em Embu das Artes/SP (município da Região Metropolitana de São Paulo), é neto do recifense Francisco Solano Trindade (1908-1974), poeta e ativista da cultura negra, além de filho da artista plástica, coreógrafa e folclorista multimídia Raquel Trindade. Inclusive existe uma estátua de Solano Trindade no Pátio de São Pedro (centro do Recife), justamente no bairro de São José, onde ele nasceu. Solano é memória afrodiaspórica, sendo uma referência tanto local como nacional.

A apresentação é baseada no livro "A Vela Branca de Oxalá", lançado pelo próprio Vítor em 2021.
Foto: Dudu Silva



Além do mais, a família Solano Trindade tem um patrimônio cultural. Raquel também é a fundadora do Teatro Popular Solano Trindade, em Embu das Artes, com Vítor dando continuidade ao acervo. Tanto Duque de Caxias como Embu estão presentes no contexto da história familiar como municípios de relação direta com as respectivas formações de vida.  

“Como temática da gira de diálogo, trazemos os ritmos dos orixás, com suas danças e manifestações musicais, e a influência dos mesmos na música brasileira. O mote e a referência são instrumentistas e sacerdotes dos orixás, fundamentais na musicalidade nacional. Os diálogos proporcionados nestes encontros têm como base a metodologia autodidata da família Solano Trindade, com a união entre teoria e prática, e a proposta de movimento, sonoridade e bem-estar como epistemologia, que em sentido estrito refere-se ao ramo da filosofia que se ocupa do conhecimento científico”, explicou Vítor.

Ele é doutorando em musicologia e interculturalidades pela Franz Liszt Universitat na Alemanha, mestre em etnomusicologia pela ECA-USP e graduado em música popular pela Fito de Osasco. Como cantor, compositor e músico, disponibiliza o álbum musical autoral “Osé” (2018), reunindo 14 sons e letras próprias, além de parcerias de composição com Maria Trindade, Zinho Trindade, Daniel Migliavacca e Gabriel Levy.

No show “A Vela Branca de Oxalá”, Vítor da Trindade fez dupla com Elis Trindade, intérprete criadora formada em artes e com licenciatura em dança, além de coordenadora e coreógrafa do Teatro Popular Solano Trindade (TPST), com experiência na dança inclusiva. Vale destacar que a apresentação é baseada no livro de mesmo nome, lançado pelo próprio Vítor em 2021. O autor da obra, que também é músico, canta e toca violão e percussão.

“A performance é uma leitura cantada do segundo entre os três livros que já escrevi, com poemas e crônicas sobre o cotidiano e o amor das pessoas pretas e brasileiras. As canções, poesias e crônicas dialogam diretamente com o show. Além do mais, a bailarina Elis Trindade é especialmente convidada, trazendo um corpo dançante para este colóquio musical e literário”, contou.  

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Vítor da Trindade canta e toca violão, enquanto Elis Trindade realiza performance ancestral
Foto: Dudu Silva



Além do livro “A Vela Branca de Oxalá”, que reúne desenhos da ilustradora, cineasta e cantora Maria Trindade, Vítor da Trindade tem as seguintes obras literárias publicadas: “Oganilu - o Caminho do Alabê” (2015) e  “Ogan Alabê, Músico e Sacerdote” (2023), sendo esta a mais recente.

Já os títulos das faixas do disco “Osé” são MARACATUCAR; Bolinhas de Gude; RIO (Vítor da Trindade, Tridadeofficial e Zinho Trindade); Contrastes; Canto a Musa Crioula - Mus.Incid.Saudação a Oyá (Ritual do Candomblé); Balada Molenga a Uma Negra Dengosa; Xangô; Batuque da Jurema - Mus.Incid.Caboclos (Ritual do Candomblé); Negra Bonita de Azul e Branco; Navio Negreiro (Vítor da Trindade e Gabriel Levy); Poema a Mulher Negra (Vítor da Trindade e Daniel Migliavacca); Amor; Pregões do Rio (Vítor  da Trindade e Maria Trindade).

Núcleo "O Postinho" acompanha show e gira de diálogo com Vítor da Trindade e Elis Trindade
Foto: Dudu Silva



A Ocupação Espaço O Poste tem o incentivo público do programa Funarte de Apoio a Ações Continuadas 2023 - Espaços Artísticos. Por meio deste edital, é possível continuar a realização da ocupação em 2025, com espetáculos e espaço para receber uma diversidade de grupos e artistas, tanto do estado, do país e internacionais. As atividades estão em circulação desde o mês de maio deste ano, com apresentação de teatro adulto e juvenil, leitura dramatizada, shows, contação de história, dança, giras de diálogo e movimento circense.

Programação

A Ocupação Espaço O Poste conclui as atividades do mês de julho com o espetáculo “Histórias do meu povo”, de classificação livre e apresentado pela contadora de histórias e pedagoga Roma Julia, também na direção. A entrada é gratuita, acontecendo no dia 26 de julho (sábado), às 16h, no Espaço O Poste.

Esta apresentação surgiu a partir das pesquisas e vivências da própria Roma Julia. Desde 2015, ela reúne narrativas de lavadeiras, contos indígenas e africanos e itãs de orixás. Com música, o público é convidado a celebrar as memórias dos ancestrais, sendo uma experiência visual enriquecida por flores e objetos que fazem referência ao Nordeste brasileiro e à cultura afro-indígena. Para aproximar o público cego e/ou com baixa visão, aromas suaves de folhas e café são inseridos ao longo da narração das histórias.

Ocupação Espaço O Poste 2025

Local: Espaço O Poste (Rua do Riachuelo, nº 641 – bairro da Boa Vista – centro do Recife/PE). 

FONTE/CRÉDITOS: Foto: Dudu Silva
Daniel Lima

Publicado por:

Daniel Lima

Comunicador social & jornalista. De Caruaru/PE, criado no Recife. Atua com assessoria de imprensa artístico-cultural e atualmente é assessor de imprensa/mídias sociais do Coco Raízes de Arcoverde/PE.

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