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Devolução de 750 obras de arte afro-brasileiras marca um resgate cultural
O Brasil receberá de volta 750 peças de arte produzidas por artistas afro-brasileiros, que estiveram em exposição nos Estados Unidos e Canadá pelos últimos 30 anos. Essas obras, que incluem pinturas, esculturas e objetos religiosos, fazem parte de um acervo que agora será integrado ao Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (Muncab), localizado na Bahia.
Um retorno cultural importante
A coleção foi formada ao longo de três décadas pelas historiadoras Marion Jackson e Barbara Cervenka, com o objetivo de dar visibilidade aos artistas brasileiros negros, especialmente os das regiões da Bahia, Pernambuco e Ceará. Agora, após cumprir seu papel de divulgação no exterior, as peças retornam ao Brasil, reforçando a importância do reconhecimento da arte afro-brasileira.
Relevância do acervo
As 750 obras têm valor significativo para a memória histórica e artística do Brasil, representando não apenas a estética e a filosofia afro-brasileiras, mas também a influência do território iorubá, especialmente presente na Bahia. Entre os destaques do acervo está uma escultura de Oxalá, esculpida em madeira pelo artista Louco Filho, que será exposta novamente em Salvador, cidade natal do escultor.
O movimento internacional de devolução de obras
A repatriação dessas peças faz parte de um movimento mais amplo de devolução de obras aos seus países de origem, uma tendência observada globalmente. Recentemente, casos semelhantes ocorreram com a devolução de artefatos africanos por países europeus, como a Alemanha e a França. No Brasil, um exemplo marcante foi o retorno do manto tupinambá do Museu Nacional, após 50 anos na Dinamarca.
Um legado para a educação
Esse acervo, além de resgatar a memória histórica da arte negra brasileira, poderá ser utilizado como ferramenta pedagógica, conforme previsto na Lei 10.639/2003, que estabelece a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas. A devolução dessas peças reforça a importância de resgatar e promover o conhecimento sobre a cultura negra no Brasil.
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