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Sábado, 27 de Setembro 2025

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Conheça a oficina de teatro: A Poética Matricial dos Orixás e Encantados, pela professora e pesquisadora Agrinez Melo

Conheça a oficina de teatro: A Poética Matricial dos Orixás e Encantados, pela professora e pesquisadora Agrinez Melo
Foto: João Fernando Bonfim
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Por meio de exercícios centrados nos ensinamentos matriciais do corpo, que tem como elemento central as energias dos Orixás e Encantados, a pernambucana Agrinez Melo realizou a facilitação da prática teatral para estudantes do curso de Licenciatura em Teatro da própria universidade e pesquisadoras e pesquisadores do teatro. 

A oficina centrada na ancestralidade e no corpo aconteceu presencialmente, na última sexta-feira (19 de setembro), no Centro de Artes e Comunicação (CAC) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), na Zona Oeste do Recife (bairro: Cidade Universitária).

A atividade trouxe também o recurso de acessibilidade em audiodescrição (AD) para  pessoas com deficiência visual. A oficina “A Poética Matricial dos Orixás e Encantados” está diretamente ligada ao projeto de pesquisa “Histórias Bordadas em Mim: reparação para reintegração na cena”. A ideia surge da necessidade de aprimorar seu espetáculo solo que existe desde 2016. Natural do Recife, de origem periférica e da ancestralidade, Agrinez é uma mulher negra, mãe, candomblecista, arte-educadora, atriz, diretora teatral, professora e pesquisadora, além de produtora cultural. 

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O encontro tem o apoio do Departamento de licenciatura em Teatro da UFPE, juntamente com o docente Gyl Giffony, que é professor do curso de Licenciatura em Teatro da UFPE, ator, encenador e pesquisador da relação do teatro com a memória social, gestão e produção cultural e dramaturgias do corpo. 

“A gente traz a introdução do ara (significa corpo na língua iorubá, originária da África Ocidental) em cena, que é uma narrativa do teatro ancestral, dialogando com o candomblé e o resgate da cultura afropindorâmica, uma denominação de povos quilombolas, negros e indígenas sugerida pelo líder quilombola e escritor piauiense Nego Bispo (em memória). A oficina possibilita uma vivência com coletividade sobre como os cruzos da poética matricial fundamentada na energia dos Orixás e Encantados são utilizados dentro da concepção de um espetáculo. É tanto uma possibilidade de participar da oficina como ao mesmo tempo estar vivenciando um processo de desmontagem do espetáculo, explica Agrinez Melo. 

Vale reforçar que a oficina é uma atividade coletiva e prática, composta por três horas/aula, todas realizadas durante uma manhã no CAC. “A partir da ativação de exercícios corporais práticos, a pessoa que participa da atividade vivencia a energia no ara em sua totalidade e conscientemente ativa o movimento pélvico e as energias da terra e do fogo que chegam até as extremidades dos pés, cintura e mãos etc. A criação imagética originada pela simbologia dos Orixás e Encantados é a base, sendo fundamental, para essa imersão na cena", acrescenta Agrinez.  

Ela também destaca que a realização da oficina amplia as pesquisas de criação nas artes cênicas e também revela o processo de preparação do espetáculo “Histórias Bordadas em Mim”. Sua pesquisa continuada é centrada na Poética Matricial dos Orixás e Encantados, valorizando e fortalecendo o corpo de artistas da dança, do teatro, da performance e das artes da cena como um todo.  

“A Poética Matricial dos Orixás e Encantados, na perspectiva desta oficina, está dentro da ampliação da pesquisa sobre a orixá Oxum e seu imaginário. As vivências são baseadas na matricial ancestral juntamente ao movimento das águas, que conduz as ações corporais. Também são vivenciadas movimentações energéticas de outros Orixás, como por exemplo o Ogum Beira Mar e a Preta Velha Vó Maria, criando novas ativações energéticas e formando assim um corpo vivo em cena. O texto dramático está no Ara (corpo), na dança e na matricial ancestral. A Poética Matricial tem a função de direcionar cruzos de um teatro ritualístico, performático e contemporâneo por meio do corpo”, conta. 

O projeto “A Poética Matricial dos Orixás e Encantados” tem incentivo público, com o financiamento do edital Funcultura (Fundo de Incentivo à Cultura de Pernambuco), por meio do Governo de Pernambuco, Fundarpe e Secretaria de Cultura (Secult-PE). 

Agrinez Melo é formada em Teatro pela UFPE e é Mestra e Doutoranda em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Nas produções artístico-culturais, ela tem realizado e desenvolvido diversas criações autorais em Pernambuco, no Nordeste e pelo Brasil afora, como formação teatral, atuação, pesquisa do corpo para a cena e dramaturgia (textos) a partir do corpo e seus movimentos energéticos ancestrais, entre outras atividades de espetáculos, oficinas, formações, direção, produção técnica, artística, cultural etc. Ela é escritora e também uma das sócias do grupo teatral recifense O Poste Soluções Luminosas, além de uma das artistas que gerencia o espaço do grupo, no centro do Recife. É criadora da Doce Agri, focada na acessibilidade, no teatro e nas atividades de formação artística. 

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Daniel Lima

Publicado por:

Daniel Lima

Comunicador social & jornalista. De Caruaru/PE, criado no Recife. Atua com assessoria de imprensa artístico-cultural e atualmente é assessor de imprensa/mídias sociais do Coco Raízes de Arcoverde/PE.

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