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Terça-feira, 15 de Julho de 2025
ONU Mulheres Completa 15 Anos Alertando Para Desafios Da Desigualdade De GĂȘnero

Mulher Negra 47 Acessos

ONU Mulheres Completa 15 Anos Alertando Para Desafios Da Desigualdade De GĂȘnero

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ONU Mulheres Completa 15 Anos Alertando Para Desafios da Desigualdade de GĂȘnero

Ao completar 15 anos em 2025, a agĂȘncia das NaçÔes Unidas (ONU) para as Mulheres destaca que a desigualdade de gĂȘnero permanece um desafio global. A entidade alerta para a necessidade de renovar esforços em defesa de meninas e mulheres, cujos direitos humanos estĂŁo em risco em um a cada quatro paĂ­ses, conforme pesquisa divulgada em março deste ano.

Desafios Globais e a Necessidade de Repactuação

“Direitos das mulheres sĂŁo como ondas do mar: hĂĄ retrocesso, mas avanços sĂŁo persistentes”, disse Ana Querino, representante interina da ONU Mulheres no Brasil, comparando a caminhada pela igualdade de gĂȘnero a um processo de idas e vindas, mas com uma força incontrolĂĄvel. Apesar dos 4 bilhĂ”es de meninas e mulheres no mundo, elas nĂŁo estĂŁo representadas proporcionalmente na polĂ­tica, em cargos de decisĂŁo e sofrem desproporcionalmente com a pobreza e a violĂȘncia.

A agĂȘncia reconhece que o momento histĂłrico Ă© precĂĄrio e propĂ”e uma repactuação para impedir retrocessos acentuados. Entre os desafios prioritĂĄrios, a ONU Mulheres destaca a urgĂȘncia de os paĂ­ses incluĂ­rem 50% de mulheres nos espaços de decisĂŁo, conforme recomendação da Convenção para a Eliminação de todas as Formas de Discriminação com as Mulheres (Cedaw), que tem força de lei no Brasil desde 1984. Atualmente, as brasileiras representam apenas 17% dos parlamentares no Congresso Nacional.

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Outra grande preocupação Ă© com os 600 milhĂ”es de mulheres e meninas vivendo em zonas de conflito – 50% a mais que hĂĄ uma dĂ©cada. Essa situação Ă© um fator determinante para mortes maternas e o uso da violĂȘncia, incluindo estupros, como arma de guerra. “A certeza que a gente tem, independentemente do conflito, Ă© de que as mulheres e meninas sĂŁo afetadas de forma especĂ­fica pelas guerras”, explicou Ana Querino.

A organização cobra que lideranças globais assumam a defesa dos compromissos internacionais, como os pactuados na Plataforma de Ação de Pequim e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentåvel, além da Resolução 1.325 do Conselho de Segurança, que reconhece o impacto diferenciado das guerras sobre meninas e mulheres e a necessidade de sua participação na construção da paz.

A ONU Mulheres tambĂ©m chama atenção para a exclusĂŁo digital. Muitas mulheres tĂȘm dificuldade em usar a tecnologia, o que as limita, e hĂĄ poucas mulheres na indĂșstria digital. “Se nĂŁo temos mulheres por trĂĄs desse avanço tecnolĂłgico, temos a tecnologia reproduzindo a misoginia e a discriminação”, alertou Ana, mencionando o aumento da violĂȘncia facilitada pela internet como resultado dessa exclusĂŁo.

Entre as 15 açÔes propostas pela ONU para repactuar avanços e impedir retrocessos, a erradicação da pobreza é crucial, visto que uma em cada dez meninas ou mulheres ainda vive com menos de US$ 2,15 (menos de R$ 12) por dia. O combate à fome é outra prioridade, com mais mulheres do que homens enfrentando insegurança alimentar.

O enfrentamento Ă  violĂȘncia Ă© uma ação que requer medidas imediatas: uma mulher ou menina Ă© assassinada a cada dez minutos no mundo por um parceiro ou parente prĂłximo. Em 2023, 85 mil foram assassinadas intencionalmente. A situação exige fortalecimento das leis, tolerĂąncia zero e apoio Ă s sobreviventes.

A participação das mulheres nas discussÔes sobre as mudanças do clima e sua inclusão na economia também são frentes da ONU Mulheres. A entidade propÔe políticas de cuidado com empregos dignos no setor e salårios iguais em todas as profissÔes, jå que as mulheres ainda ganham 20% menos.

FONTE/CRÉDITOS (IMAGEM DE CAPA): SĂ­mbolo da ONU Mulheres. - © Pedro Nogueira/ONU Mulheres
ComentĂĄrios:
Thays Andrade

Publicado por:

Thays Andrade

Jornalista

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