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Quinta-feira, 17 de Abril de 2025

Cultura Preta

Ancestralidade e letramento racial dão o tom de 'Martinho, Coração de Rei - O Musical' que estreia hoje em São Paulo

Claudia Alexandre
Por Claudia Alexandre
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Ancestralidade e letramento racial dão o tom de 'Martinho, Coração de Rei - O Musical' que estreia hoje em São Paulo
Divulgação/Agência Áfricas/Rubiah Moura
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A história de Martinho José Ferreira, o Martinho da Vila, de 86 anos,  já nos presentou com muitos sambas e livros escritos por ele, agora é vez de aplaudirmos sua trajetória transformada em “Martinho, Coração de Rei – o musical”, que estreia nesta sexta-feira, dia 20, às 20h, no Teatro Sérgio Cardoso, no Bixiga,  região central de São Paulo.

 

Filhas de Martinho da Vila, Martinália, Maíra e Analimar subiram ao placo.
Foto: Rubiah Moura

 

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O espetáculo foi previamente aplaudido na noite quinta-feira, 19, por uma seleta lista de famosos e convidados que lotaram o espaço para assistir uma trama que mistura nostalgia, mitologia africana, tradições de matrizes africanas e mensagens antirracistas no mesmo roteiro. Na plateia o diretor Miguel Falabela assistiu a performance dos 20 atores-cantores, ao lado do produtor Jô Santana e da especialista no tema Helena Theodoro. No final as filhas Mart’nália, Analimar e Maíra Freitas subiram ao palco para cantar com o elenco.

A jornalista Joyce Ribeiro (centro) e o marido Luciano Machado
Foto: Rubiah Moura

 

                Falabela, que recentemente dirigiu o espetáculo  “Marrom, o musical” e “A partilha”, destacou a integração com elenco e foi às lagrimas, quando subiu ao palco para os agradecimentos finais. “Eu trabalhei com um elenco maravilhoso.
A gente teve uma convivência tão linda. Helena Theodoro muito obrigada por acender luzes”, disse reverenciando a autora do texto.

 

Helena Theodoro assina a dramaturgia. Foto: Rubiah Moura


                Helena Theodoro, 80 anos, que também foi transformada em personagem da trama, falou da importância do espetáculo para a história negra de Martinho e do povo brasileiro. “É uma emoção enorme estar aqui ao lado de Falabela e Jô Santana. Sinto que estar aqui com este elenco, neste espetáculo, é muito importante para o nosso povo preto. Estou muito emocionada, porque para nós que trabalhamos nas salas de aulas, nas universidades, nas comunidades, nas periferias ver as nossas tradições, a nossa luta e, principalmente, nosso sentido de coletivo representado aqui, neste espetáculo tão coletivo, tão pleno e com parcerias tão incríveis, é algo que nos diz que há esperança de futuro para esse país”.

 

                O projeto foi idealizado pelo premiado produtor Jô Santana, que tem uma carreira marcada por produções como a trilogia do samba, que homenageou Cartola, Dona Ivone Lara Alcione. “Eu digo que atravessei deserto para estar aqui. Eu sou nordestino. Agradeço Miguel Falabela, todo elenco, a produção e principalmente os parceiros e as empresas patrocinadoras, que possibilitaram tantos empregos e por nos ajudar a apresentar mais uma narrativa preta num lugar como o Teatro Sérgio Cardoso. Somos potência!”, disse Santana.
                Em 2025, o musical segue para o Rio de Janeiro, onde ficará em cartaz no Teatro Riachuelo Rio.

 

Claudia Alexandre, Tania Voss, Thobias da Vai-Vai e Elizethe Rosa
Foto: Rubiah Moura

 

'Martinho, Coração de Rei - O Musical'

Em dois atos com duração de 150 minutos, com 15 minutos de intervalo, o público vai cantar os maiores sucessos do homenageado, intercalado com cenas de humor, coreografias potentes, atravessadas por uma ficção que coloca quatro fases do artista, que é representado por atores diferentes, que interagem em vários momentos.  

O espetáculo passa pelo homem de família, pelo compositor, que foi militar, apaixonado por futebol e chega ao carnaval e às rodas de samba.  O texto valoriza a história do povo negro com mensagens antirracistas e apontam para a importância de se usar todas as linguagens, em especial as artes, para o letramento racial.

O enredo mostra o homem, seus romances e o pai dedicado de oito filhos. Na lembrança do sambista aparecem as mulheres e mães Anália, Ruça Licia Caniné, Rita e Cleo.  A mãe, Teresa de Jesus Ferreira, Noel Rosa e Jamelão também são personagens do musical.

No palco, 20 atores-cantores-bailarinos e oito músicos. O elenco é ainda composto por dois netos de Martinho: a atriz, cantora e dançarina Dandara Ventapane e o músico Guido Ventapane.

São mais de 250 figurinos criados por Cláudio Tovar e confeccionados por colaboradoras do negócio Tereza com apoio do Instituto Humanitas360. Por meio da parceria, nove mulheres egressas do sistema prisional estão costurando e bordando as peças em ateliê instalado na Oficina Cultural Oswaldo Andrade, em São Paulo. 

Serviço

Local: Teatro Sérgio Cardoso - Rua Rui Barbosa, 153 - Bela Vista
Bilheteria física do teatro sem taxa de conveniência - horário de funcionamento: de terça a sábado, das 14h às 19h. Em dia de espetáculo, das 14h até o horário de início da sessão
Contato: (11) 3288-0136
Bilheteria on-line: www.sympla.com.br
Reservas para grupos: bilheteria@amigosdaarte.org.br
Classificação: 16 anos
Sessões: sexta-feira e segunda-feira, às 20h; sábado, às 15h e às 20h e domingo, às 16h
Valores de ingresso: setor Canta, Canta, Minha Gente (R$ 15,00 e R$ 60,00), setor Casa de Bamba (R$ 100,00 e R$ 200,00) e setor Tom Maior (R$150,00 e R$75,00)

 

 

FONTE/CRÉDITOS: Texto: Claudia Alexandre
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