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Instituto Tebas celebra Luiz Gama no primeiro episódio da web série “Liberdade ou Morte: histórias que a história não conta”
Documentário inclui narrativas textuais e fotográficas e é composta por sete episódios. Lançamento no dia 21 de junho contou com caminhada e exibição gratuita na sede do Sindicato dos Jornalistas
O lançamento do primeiro episódio da web série Liberdade ou Morte: histórias que a História não conta que tem o título de “Caminhada Luiz Gama Imortal”, aconteceu no último dia 21 de junho, celebrando os 194 anos de nascimento do abolicionista negro, nascido em 21/6/1830. O evento incluiu um ato público no Largo do Arouche, região central de São Paulo, onde está instalado um busto de Gama, desde 1931. O grupo encerrou as homenagens declamando em coro a poesia “Quem Sou Eu” (Bodarrada) e seguiu em caminhada até a sede do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, localizado a um quilometro, à Rua Rego Freitas, onde foi lançado o primeira edição da web série.
Participaram da mesa de abertura do evento Fábio Soares, Coordenador da Cojira (Comissão de Jornalistas pela Igualdade Raciail do SJESP); Abílio Ferreira, Coordenador do Instituto Tebas e autor das narrativas textuais; Alexandre Kishimoto, antropólogo e documentarista, Diretor do Audiovisual; Aloysio Letra, músico e Diretor Musical; José Adão de Oliveira, MNU – Mobiliza Saracura-Vai-Vai e Cristina Assunção, professora, escritora, Slam da Guilhermina e co-autora da Caminhada Luiz Gama.
A web série tem realização do Instituo Tebas de Educação e Cultura e foi dirigida pelo antropólogo e documentarista, Alexandre Kishimoto. O enredo tem como referência crítica as programações do bicentenário da independência comemorado em 2022, razão pela qual reúne documentos, imagens, textos e depoimentos de representantes de movimentos sociais organizados e atividades que mostram outra realidade da história oficial. A história não contada e transformada em narrativas antirracistas compõe os episódios que estarão à disposição do grande público.
Os outros seis títulos serão: Marcha Noturna Pela Democracia Racial; Cerco Indígena a Piratininga; Cortejo em Memória de Chaguinhas; Marcha das Mulheres Negras; Marcha do Dia da Consciência Negra e Movimento Mobiliza Saracura Vai-Vai.
Todos os vídeos estarão disponíveis no site: www.institutotebas.org.br . O segundo episódio que será lançado no próximo dia 12 de julho será Marcha Noturna Pela Democracia Racial. A narrativa vai retratar o movimento que nasceu na cidade de São Paulo em dia 13 de maio de 1997, quando pessoas saem as ruas em silêncio, vestidas de preto com tarjas brancas, segurando velas acesas, protestando contra a celebração do 13 de maio e reivindicando o 20 de novembro, dia da morte de Zumbi dos Palmares, como o feriado da Consciência Negra.
Cada um dos episódios é constituído de duas obras artísticas, isto é, duas abordagens diferentes do mesmo tema: um ensaio de imagens do fotógrafo João Leoci, combinado com uma crônica de autoria do escritor Abilio Ferreira; e um audiovisual de Alexandre Kishimoto. A direção musical é do cantor e compositor Aloysio Letra e a identidade visual foi criada pelo designer Danilo de Paulo.
“Lançamos mãos dessas três linguagens – vídeo, foto e texto, para narrar de que maneira a agenda do movimento negro-indígena paulistano dialoga com o processo histórico de interpretação do Brasil, tendo como marco referencial o slogan do grito do Ipiranga, no dia 7 de setembro de 1822. As peculiaridades das três linguagens se articularão mediadas por um conteúdo comum que é a agenda mencionada. Entretanto, caberá à narrativa textual explicar as relações existentes entre essa agenda e os acontecimentos ocorridos ao longo de dois séculos de fundação do projeto brasileiro de nação”, disse Abílio Ferreira.
O projeto foi financiado por uma emenda parlamentar da vereadora Luana Alves (PSOL/SP), executada pelo Farol Antirracista, política pública da Secretaria Municipal de Relações Internacionais (SMRI) de São Paulo. Liberdade ou Morte: histórias que a História não conta descreve uma agenda de lutas que, desenvolvida entre os meses de maio e novembro da nossa contemporaneidade, reelabora, no presente, a longa história popular de resistência contra colonial e antirracista. A expressão “Liberdade ou Morte” remete ao lema da Revolução do Haiti (1791-1804), numa interpretação crítica do projeto de nação veiculado pelo grito do Ipiranga (Independência ou Morte), cujo bicentenário foi comemorado em 2022, em plena retomada das mobilizações coletivas pós-pandemia. Já o subtítulo “histórias que a História não conta” lembra um dos versos do emblemático samba-enredo da Mangueira História para ninar gente grande, campeã do carnaval carioca de 2019.
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