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Quinta-feira, 12 de Setembro de 2024

Negras e Negros

Projeto revive rota histórica entre Brasil e Angola

Washington Andrade
Por Washington Andrade
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Projeto revive rota histórica entre Brasil e Angola
A Grande Travessia: Projeto Sócio-Histórico-Cultural e Político-Econômico Retoma Rota Marítima Histórica entre Brasil e Angola - Divulgação
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A Grande Travessia: Projeto Sócio-Histórico-Cultural e Político-Econômico Retoma Rota Marítima Histórica entre Brasil e Angola

Em dezembro de 2025, um cruzeiro inovador partirá do Rio de Janeiro com destino a Luanda, capital de Angola, revivendo a rota histórica que, no passado, foi marcada pela tragédia do tráfico de escravizados. Esta travessia, intitulada "A Grande Travessia: o Retorno, o Reencontro, o Reconhecimento, a Reparação", representa um novo marco de cooperação sócio-histórico-cultural e político-econômica entre os dois países.

Antropólogo e Professor Dagoberto José Fonseca, da Universidade Estadual Paulista (UNESP) do campus de Araraquara,

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Uma Nova Perspectiva para a Diáspora Africana

O projeto, idealizado pelo antropólogo e professor Dagoberto José Fonseca, da Universidade Estadual Paulista (UNESP) do campus de Araraquara, visa transformar essa jornada histórica em um evento de turismo de memória, de investigação e de reparação. Cerca de 2 mil passageiros, entre artistas, educadores, empresários e religiosos, farão parte desta viagem transformadora, que inclui cursos, oficinas culturais e seminários sobre a história da diáspora africana.

"O Brasil foi também o primeiro país do mundo a reconhecer a independência angolana proclamada no dia 11 de novembro de 1975. No próximo, em 2025, Angola completa 50 anos de sua independência e o Brasil já tem um lugar garantido na agenda de comemorações do Estado Angolano com o nosso projeto." , disse o Professor Dagoberto.

Cooperação Internacional e Desenvolvimento Econômico

A travessia conta com o apoio de diversas instituições brasileiras e angolanas, incluindo os Ministérios de Igualdade Racial, Ministério das Relações Institucionais, Ministério de Direitos Humanos e Cidadania, Ministério de Relações Exteriores, da Embaixada do Brasil em Angola, do Ministério do Turismo do lado brasileiro, além de universidades e organizações empresariais. Do lado angolano, dos Ministérios do Turismo, da Cultura, da Educação prioritariamente, mas sendo definido pelo governo angolano como o projeto aprovado a representar o Brasil nas comemorações dos 50 anos de independência de Angola em 2025. O objetivo é não apenas resgatar a memória dos que sofreram, mas também promover a cooperação econômica entre os dois países, com perspectivas de geração de empregos e intercâmbio cultural.

As relações entre Brasil e Angola são antigas, vem do século XVI e continuam até os dias atuais. A região que hoje compreende ser Angola, no continente africano, foi a que mais contribuiu com o crescimento demográfico e desenvolvimento econômico para o Brasil mediante o criminoso tráfico de população africana submetida ao tráfico transatlântico, que se encerrou oficialmente somente no final do século XIX. Desta forma, foram eles que deram com os seus conhecimentos na agricultura, na metalurgia e na criação e cuidado com os animais as bases econômicas para os ciclos da cana-de-açúcar, da mineração e do café; construíram casas grandes, engenhos, sobrados, palácios no campo e na cidade, isto é, foram os alicerces da sociedade urbana e os sustentáculos da economia capitalista que surgiu no Brasil.", disse o Professor Dagoberto

Um Evento para Celebrar e Refletir

Durante a travessia, os passageiros participarão de diversas atividades educativas e culturais, desde rituais religiosos até apresentações artísticas e discussões sobre temas como saúde da população negra, formação de professores e estudantes, curso para agentes turísticos, empresários e empreendedores. A viagem simboliza um reencontro dos descendentes de africanos com suas raízes e o início de uma nova fase de relações entre Brasil e Angola.

Esse cruzeiro inaugura um projeto mais amplo, que pretende restabelecer as rotas marítimas entre Brasil e África, consolidando laços de maneira digna e respeitosa, com vistas a um futuro de cooperação e desenvolvimento mútuo.

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Washington Andrade

CEO do ÁFRICAS e Jornalista

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